Notícias


28/12/2016 Genivaldo Lima / ABVAQ
Apesar da PEC 50 não ter entrado em pauta, ABVAQ comemora vitórias em 2016

 

Não foi desta vez, mas está mais perto do que longe a regulamentação da vaquejada como cultura desportiva. A ideia era fechar o ano com a votação em primeiro turno no Senado da PEC 50, autoria do Senador baiano Otto Alencar. Prevista para entrar na pauta da sessão do dia 14 de dezembro, a votação não aconteceu por conta de outras discussões que acabaram esvaziando a reunião e provocando a falta de quórum e foi adiada para 2017, com a garantia de ser apresentada assim que retornarem as atividades no Senado. A PEC 50 aprovada dará a segurança jurídica definitiva que o esporte precisa.

Mas o que dizer de 2016, em se tratando de vaquejada? Podemos afirmar que não foi lá essas coisas e entra para a história como um dos mais conturbados. Foi o ano em que veio à tona a perseguição contra o mais autêntico esporte cultural nordestino com ativistas tentando influenciar a sociedade a se posicionar contra a vaquejada. O Supremo Tribunal Federal (STF) de forma precipitada julgou inconstitucional a Lei Estadual cearense nº 15.299/13, referente à regulamentação das vaquejadas como práticas esportivas. Essa decisão abriu espaço para que outras comarcas chegassem ao ponto de proibir provas equestres em alguns locais.

Por outro lado pode-se dizer que 2016 foi o ano em que a vaquejada se fortaleceu com a união e conscientização de todos em prol da sua regulamentação. Com a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) na linha de frente travou-se uma batalha judicial e formou-se uma mobilização nacional culminando com a mais ordeira, bonita e eficiente manifestação de todos os tempos na Esplanada dos Ministérios em Brasília no dia 25 de outubro. O ato de Brasília foi a prova de que juntos somos mais fortes.

A ABVAQ, que há tempo vinha cuidando do bem-estar animal com regras inovadoras e rigorosas, contidas no seu Regulamento Unificado, elaborado cuidadosamente para proteger os animais, os vaqueiros e colocar nos eixos as provas da modalidade, cumpriu o seu papel mobilizando a nação vaqueira para de forma ordeira enfrentar os ativistas e desmistificar a vaquejada, que chegou a sofrer descriminação e até ser desrespeitada como cultura nordestina.   

A luta começou a dar resultado os políticos abraçaram a causa e conseguiram aprovar uma lei tornando a vaquejada, rodeio e outros esportes equestres Patrimônio Imaterial do Brasil. Mais três Propostas de Emenda Constitucional (PEC) estão em andamento com a finalidade de tornar a vaquejada legal e assim acabar essa tenção.

Entre as tantas vitórias, incluindo a conscientização de vaqueiros, criadores e promotores de eventos, podemos contabilizar a decisão do Ministro do STF, Teori Zavasky, afirmando que a vaquejada não está proibida e pode continuar acontecendo com a segurança jurídica que precisa.

O vice-presidente da ABVAQ, Jonatas Dantas, lembrou que a luta não foi fácil em 2016, mas avalia como um ano de união entre a vaqueirama e os que amam o cavalo. ?2016 foi um ano difícil para todos os brasileiros e principalmente para os amantes da vaquejada, depois da tentativa do STF de banir nosso esporte. Mas não entregamos os pontos, somos nordestinos, fortes e merecemos respeito. Unidos mostramos ao Brasil e ao mundo a importância das nossas tradições culturais e corremos atrás para garantir a alegria desse povo que trabalha, reza e tem o sagrado direito de se divertir. Não podemos acabar com a maior alegria do povo nordestino que é a vaquejada. 2017 será um ano muito importante para o nosso esporte. Vamos trabalhar duro pela regulamentação e para que o STF reveja a sua decisão, pois aqueles que votaram contra não calcularam a dimensão e a importância cultural, esportiva e financeira para o Brasil e principalmente para o Nordeste, onde gera mais de 700 mil empregos. Vamos com muita fé e união continuar defendendo a vaquejada em 2017 e sempre,? disse Jonatas Dantas.

Outro que avaliou como positivo a luta em favor da vaquejada em 2016 foi o presidente da ABVAQ, Paulo Fernando Filho, ( Cuca ). ?Acredito que nada se constroí sem trabalho e união. Trabalhamos muito em 2016 para salvar nosso esporte e avançamos graças a união da classe que foi capaz de reverter a situação indo para as ruas e revendo conceitos até ganhar adeptos na sociedade, nos tribunais e na política. Tomamos um grande susto com a decisão do STF ao proibir a lei do Ceará, mas serviu para a gente arregaçar as mangas e colocar em prática a Nova Vaquejada, priorizando o bem-estar animal. Que venha 2017 com a Vaquejada Legal proporcionando emprego e renda, estimulando o turismo de eventos, mantendo a cultura nordestina forte e oferecendo lazer a esse povo trabalhador, religioso e festeiro. Aproveitamos para desejar a todos um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de conquistas! ? declarou Cuca.