Esta semana, o mundo da vaquejada ficou surpreso com o desaparecimento do cavalo Bento MR. Aos 28 anos de idade, o animal da sela do vaqueiro, criador e empresário Márcio Sales faleceu em seu piquete de forma natural no último dia 21. Há aproximadamente dez dias, o médico veterinário Dr. Valério chegou a fazer algumas avaliações já que o animal havia perdido muito peso no último mês de vida. Na consulta constatou-se que a saúde do Bento estava debilitada naturalmente devido a sua idade avançada.
Começo conturbado
Ao relembrar sua história com o Bento, Márcio conta que comprou o animal do criador Eliziário, conhecido no Rio Grande do Norte como referência em equinos para vaquejada. O ano era 1994 e o cavalo já havia conquistado grandes resultados em sequência, apesar da pouca idade. “O que levou eu escolher ele (Bento) é que o nego Afonso tinha corrido doze corridas nele sem perder nenhuma. Uma das últimas corridas, ele foi uma corrida na Bahia e rachou um carro.”, relatou.
Isso encheu os olhos de Márcio, que não época nem planejava casar ou ter filhos. A empolgação da juventude aos 24 anos o fez trocar um carro, pelo o Bento. O detalhe é que o veículo havia sido um presente do seu pai, Seu Teodoro Sales (in memoriam), e ele não tinha conhecimento da negociação. O que gerou um desgaste familiar.
Porém, em pouco tempo, Márcio ganhou outro veículo referente a premiação da Vaquejada de Mossoró-RN e logo foi contar a Seu Teodoro. “Meu amigo, você fez uma grande besteira, trocar um carro num cavalo.”. explanou o pai, sem saber que ali começava uma grande história.
Como um membro da família
Os bons resultados nas pistas logo popularizou ainda mais o nome de Márcio da Guanabara, apelido da época devido a empresa de ônibus da família Sales na cidade de Natal-RN. Quem lembra desta época, viu o Bento MR correr e apreciou suas características como atleta. Entre outras qualidades, Márcio Sales destaca a capacidade de abertura do animal próximo a zona de pontuação na pista de vaquejada. Especialista na puxada de direita, o Alazão de meio sangue esboçava muita força no momento de mudar de rota e dar condições ao vaqueiro para deitar o boi.
Além da relação como competidor, Márcio tratava o Bento como um animal de estimação. “Bento para mim foi, vamos dizer assim, uma pessoa da família porque foi muito tempo nas minhas baias. Foi como um familiar para a gente,”.