Editorial
Chegou a hora da gente fazer a nossa parte. Nesses tempos tão difíceis, a Vaquejada brasileira ganha mais uma grande chance de se adaptar, reinventar novos costumes e provar porque é a tradição que mais representa a força do nordestino.
No último domingo (2), o governo do Rio Grande do Norte oficializou a liberação para realizar provas de vaquejada no estado. O trabalho foi intenso e envolveu nomes com Felipe Cortez, presidente da Associação dos Vaqueiros Amadores do Rio Grande do Norte, o empresário Silvio Eduardo, diretor do Grupo Manoel Lucas de Comunicação / Jornal do Vaqueiro, representantes públicos como o secretário de Agricultura, Guilherme Saldanha, e especialistas da área da saúde. Todos trabalhando em prol do sustento de centenas de famílias que dependem da vaquejada. Inclusive, este trabalho está servindo de base para orientar associações de outros estados da federação.
Citar o exemplo de sucesso do Rio Grande do Norte, não diminui o trabalho que outras lideranças também estão fazendo para organizar essa volta das atividades equestres no nordeste, em especial a Vaquejada. O estado de Pernambuco também apresenta ações adiantadas e inúmeras ideias envolvendo presidentes de circuitos, promotores de eventos e representantes da classe política, entre eles, o deputado estadual Clóvis Paiva.
Por lá, os dirigentes de competições como o Circuito PEPB Brasil de Vaquejada e ACQM PE trabalham em conjunto com a diretoria da Associação brasileira de Vaquejada, sob a liderança de seu presidente Pauluca Moura, para colocar em prática todas os itens do protocolo exigido pelos órgãos de saúde com o intuito de realizar as vaquejadas com total segurança.
Apesar das condições adversas e o momento crítico que o mundo está passando, as experiências servem para que a gente se adapte e crie novas formas de agir. Recentemente, a ABVAQ passou a fazer parte de um grupo com associações de todo o Brasil onde a Associação Brasileira de Vaquejada tem um representante no IBEqui, Instituto Brasileiro de Equideocultura. Este órgão será responsável por coordenar ações os eventos equestres do país, ou seja, uma forma de integrar todos os esportes envolvendo o cavalo para que todos se desenvolvam juntos e mais fortes.
Mas nada disso terá valor se a gente não fizer a nossa parte. Se a gente não seguir as orientações dos protocolos de segurança vigente, de nada terá valido o esforço de Felipe Cortez em participar de inúmeras reuniões para definir o melhor para nosso futuro. De nada vai valer a ABVAQ estar promovendo força-tarefas para nos ajudar e a gente próprio não fizer por onde nosso esporte crescer de forma organizada e segura. Alguém quer ser chamado de irresponsável ou inconsequente? Alguém mais quer perder amigos e parentes por causa de um vírus do qual ninguém tem muito conhecimento? Alguém quer voltar ao período de tensão que vivemos em 2016?
Qualquer falha neste momento será fatal e não queremos acabar o que nossos pais, avós e bisavós criaram e fizeram questão de nos mostrar como é bonito estar ao lado dos animais, fazendo valer as nossas tradições e a melhor parte, fazendo amigos por onde a gente passa.
É claro que a gente vai ter que se conter dos tradicionais apertos de mão ou abraços na hora da comemoração. A arquibancada física vai estar vazia, mas o mundo on line vai estar conectado com os novos tempos e a emoção de ver o amigo ou seu vaqueiro preferido ser o grande campeão nunca mudará.
Assim como nunca mudará o esforço de donos de parques em trazer a melhor boiada, a melhor infraestrutura e a melhor receptividade. Afinal de contas, isso é Vaquejada.