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23/04/2021 Rodrigo Martins
Conheça a história do parque de vaquejada com características de estádio de futebol
Quem conhece a história da Vaquejada, provavelmente, já ouviu falar do Parque 13 de Maio, da cidade de Natal-RN. Fundado nos anos 50, sempre foi uma referência para o esporte graças ao visionário Severino Elias, que batizou seu empreendimento com a data do seu aniversário e em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, de quem era devoto. O criador e vaqueiro potiguar foi um vanguardista e suas ideias foram espalhadas para o restante do país, a exemplo das arquibancadas construídas em alvenaria e toda a pista ser composta de madeira serrada. Esta inovação pôde ser vista no parque 13 de maio, já nos anos 70, localizado onde hoje é o bairro Dix-Sept Rosado, mais precisamente entre as avenidas seis e nove.
 
Até hoje, o projeto do Parque 13 de Maio chama atenção. Segundo Marquinhos Elias, filho do fundador, a ideia era fazer uma estrutura semelhante ao estádio Machadão, que também estava sendo erguido na época. Para isto, foi fundada uma associação e em parceria com o governo do Rio Grande do Norte, na gestão Cortez Pereira, o planejamento chegou a sair do papel. “A inauguração de parte da arquibancada foi com um show de Luiz Gonzaga, para você ter uma ideia da magnitude desse projeto, ”, destacou Marquinhos.
 
Outra característica peculiar da época era os bretes duplos, onde o primeiro boi de cada vaqueiro era liberado no brete A, o segundo boi no brete B e o terceiro ficava à escolha do vaqueiro. Além disso, a área de pontuação era formada por duas faixas com seis metros de distância uma da outra, bem característico da vaquejada de arrasto.
 
Entre várias curiosidades da época no Parque 13 de Maio, destaque para a inauguração do famoso carro de som da Pitú do empresário Otoni Rodrigues Propaganda, que marcou várias gerações da Vaquejada e ainda está em atividade sob o comando de Fofão.
 
Em entrevista na Live do Vaqueiro da última terça, 20, Marquinhos revelou que as obras do parque precisaram ser paralisadas devido o falecimento de um dos operários durante a construção. O fato atrasou o projeto. O tempo passou, a gestão do governador Cortez Pereira chegou ao fim e o estado não deu continuidade as obras.
 
Mesmo com a construção incompleta, o 13 de Maio se manteve como o parque de vaquejada mais moderno do Brasil. De acordo com Marquinhos Elias, não existia nada parecido no país. Entretanto, a audácia ia além da engenharia. O parque foi o primeiro a contemplar o vaqueiro campeão com um carro zero km. O modelo Volkswagem Brasília foi conquistado pela dupla Codô e Clízio, representando a cidade de Cerro Corá-RN, no ano de 1974. “Na época, se fazia a vaquejada por amor. Meu pai nunca pensou em ter lucro.”, revelou Marquinhos.
 
Com o aumento das construções civil ao redor do Parque chega então a decisão de encerrar as atividades devido a falta de espaço para estacionamento de caminhões, e chegada da boiada por exemplo, o que impossibilitava continuar a realizar grandes Vaquejadas.